término – Isabela Freitas https://isabelafreitas.com.br Isabela Freitas Tue, 29 Sep 2020 22:29:44 +0000 pt-BR hourly 1 https://isabelafreitas.com.br/wp-content/uploads/2020/08/favicon-150x150.png término – Isabela Freitas https://isabelafreitas.com.br 32 32 Vamos fingir que nunca existiu? https://isabelafreitas.com.br/vamos-fingir-que-nunca-existiu/ https://isabelafreitas.com.br/vamos-fingir-que-nunca-existiu/#comments Fri, 20 Dec 2019 19:18:27 +0000 https://isabelafreitas.com.br/?p=434 ESCUTE ENQUANTO LÊ [youtube https://www.youtube.com/watch?v=5i2W6OiXJhs&w=560&h=315]
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É estranho, não é? Ver uma pessoa que você amou, e não saber mais nada sobre ela. Ver uma pessoa que você cuidou, e não saber sequer sua música preferida do momento. Ver uma pessoa que você sabia cada pintinha do rosto, cada cicatriz, e não saber o que ela está sentindo no dia de hoje. Ver uma pessoa que você já tinha decorado o tom da voz, e não se lembrar mais das promessas que ela te fez…

Às vezes a gente se acostuma tanto com o outro que ele passa a fazer parte de quem somos. Lançou a série preferida de vocês, e você não teve com quem compartilhar. Você ficou sabendo que o Alberto largou da Bruna, mas não tem pra quem contar, o casal era amigo de vocês… Você teve um dia de merda, e só o carinho dessa pessoa poderia te acalmar. Mas ela não está lá. Ela nunca mais vai estar lá…

Você entra nas suas redes sociais e vê que ele está feliz. Um misto de satisfação com saudades invade seu estômago. Será que amar era assim? Ficar feliz pelo outro mesmo que vocês estivessem a quilômetros de distância física e emocional? Eu também estava feliz… Pior que estava. Só que faltava uma parte de mim. E eu sentia o buraco aqui dentro tão grande, que tinha vontade de entrar nele e ficar por alguns dias. Talvez ainda tivesse o seu cheirinho. Talvez ainda tivesse migalhas de você.

Cruzamos um dia no único shopping da cidade. Você estava de mãos dadas com uma ruiva. Pensei em me esconder dentro de uma loja, ou entrar correndo no banheiro, mas você me viu antes. Você sempre me achava, né? Era uma coisa nossa. Podíamos estar numa multidão de milhares de pessoas que você me acharia… Dei um sorriso de canto, daqueles que só você sabe interpretar. Você me deu outro. A ruiva te chamou pelo nome, te puxou, e deu um beijo. Vocês estavam saindo do cinema, claro. Você amava ir ao cinema assistir filmes de ficção científica. Não senti saudades disso, eu odiava ir ao cinema com você. Sorri novamente, agora sozinha. Notei que eu não conhecia aquela sua blusa. Nem a calça. Vocês continuaram andando na direção oposta, e eu me sentei pra tomar um ar. Você já estava longe. Mas tem tempo que você estava longe, talvez eu tivesse me dado conta disso só hoje…

O que dói não é não poder te beijar mais, é não saber se seu dia foi bom ou não. O que dói não é não poder mais sentir seu cheiro, é não sabe mais qual é o seu perfume preferido. O que dói não é não te abraçar nunca mais, é não ter nenhum moletom com seu cheiro jogado pelo chão da casa. O que dói não é nunca mais receber uma mensagem sua, é sequer saber seu número novo… O que dói não é a certeza de que nunca mais voltaremos, e sim a incerteza se algum dia a sua imagem parará de vir à minha cabeça toda vez que eu fecho os olhos. O que dói não é ver um amor morrendo, é ter que velar, enterrar e sepultar algo tão lindo. O que dói não é estar sozinha agora, é saber que você nunca mais lerá minha mente e dirá o que se passa aqui dentro.

O que dói não é terminar um relacionamento, é ter que fingir que ele nunca existiu, pra que assim, fique mais fácil de ser superado o seu fim…

O que dói não é a falta, e sim a certeza de que você nunca mais aparecerá na porta da minha casa às 4 da manhã.

Dói. Não vou mentir, dói mesmo. Mas eu sigo em frente, porque bem, é a única coisa que eu posso fazer, não é…?

Eu vou ser feliz. Você vai ser feliz. E vai doer de vez em quando…

Até não doer nunca mais.

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